quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

TEXTO-FONTE 2 - encontro 11

A FORMIGA E O FLOCO DE NEVE
Numa certa manhã de inverno uma formiga saía para o seu trabalho diário. Já ia longe procurar comida quando um floco de neve caiu, prendendo o seu pézinho. Aflita, vendo que ali poderia morrer de fome e frio, a formiga olhou para o Sol e pediu:
- Sol, tu que és tão forte, derreta a neve e desprenda o meu pézinho?E o Sol, indiferente, respondeu:
- Mais forte que eu é o muro que me tapa. Então a pobre formiguinha disse:
- Muro, tu que és tão forte, que tampa o Sol, que derrete a neve, desprenda o meu pezinho? E o muro rapidamente respondeu:
- Mais forte que eu é o rato, que me rói A formiga, quase sem fôlego, perguntou:
- Rato, tu que és tão forte, que rói o muro, que tapa o Sol, que derrete a neve, desprenda o meu pézinho? E o rato falou bem rápido:
- Mais forte que eu é o gato que me come. A formiga então perguntou ao gato:
- Tu que és tão forte, que come o rato, que rói o muro, que tapa o Sol, que derrete a neve, desprenda o meu pézinho? O gato responde sem demora:
- Mais forte que eu é o cão, que me persegue. A formiguinha estava cansada e, mesmo assim, perguntou ao cão:
- Tu que és tão forte, que persegue o gato, que come o rato, que rói o muro, que tapa o Sol, que derrete a neve, desprende o meu pézinho?
- Mais forte que eu é o homem, que me bate. Pobre formiga! Quase sem força, perguntou ao homem:
- Tu que és tão forte, que bate no cão, que persegue o gato, que come o rato, que rói o muro, que tapa o Sol, que derrete a neve, desprenda o meu pézinho? O homem olhou para a formiga e respondeu: - Mais forte do que eu é a Morte que me mata. Trêmula de medo, olhando para a Morte que se aproximava, a pobre formiguinha suplicou:
- Ó Morte, tu que és tão forte, que matas o homem, que bate no cão que persegue o gato que come o rato que rói o muro, que tapa o sol que derrete a neve, desprende meu pezinho.E a Morte, impassível, respondeu:
- Mais forte do que eu é Deus, que me governa. Quase morrendo, então a formiguinha rezou baixinho:
- Meu Deus, tu que és tão forte, que governas a morte, que mata o homem que bate no cão que persegue o gato que come o rato que rói o muro, que tapa o sol que derrete a neve, desprende meu pezinho. E Deus, que ouve todas as preces pediu à primavera que chegasse com seu carro dourado triunfal enchendo de flores os campos e de luz os caminhos, e vendo que a formiga estava quase morrendo, levou-a para um lugar onde não há inverno e nem verão e onde as flores permanecem para sempre.

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